Ole-Jørgen Skog, Zélia Teixeira, Jose Barrias e Rui Moreira publicaram, em 1995, em Addiction Volume 90 Issue 8 – Agosto - um artigo vinculando o consumo de alcool às taxas de suicídio. Os dados, que cobriram quase seis décadas e 18 regiões de Portugal, terminam em 1989, muito antes, portanto, do experimento português de descriminalização geral das drogas, que começou em julho de 2001.
A análise temporal sugere que para cada aumento de um litro no consumo de bebidas alcoólicas corresponde um aumento de 1,9% na taxa de suicídios. Os autores sublinham que o aumento é semelhante ao observado na França e na Dinamarca, mas menor do que o constatado na Noruega, Suécia e Hungria.
Os dados espaciais produzem outros resultados, diferentes. No nível bivariato há uma substancial correlação negativa (como na análise temporal), porém quando a integração familiar e a religião são controladas, a correlação entre os resíduos não é estatisticamente significativa, ainda que negativa.
Considero a possibilidade de que o alcoolismo funcione como variável interveniente e que boa parte da perda da religião e da dissolução da família sobre o suicídio se faça através do aumento do alcoolismo.
O estudo é relevante do ponto de vista das teorias do crime porque as variáveis explicativas - alcoolismo, integração familiar e religião - também fazem parte do arsenal analítico da Criminologia.
Um espaço para discussão - em Portugues e outros idiomas - das teorias contemporâneas do crime, pensado, também, como um curso gratuito para interessados que sigam as leituras. Para ver um gráfico em maior detalhe clique duas vezes nele
12.29.2006
Consumo de álcool e Suicídio em Portugal
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