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1.17.2007

Governos estaduais e segurança pública: os ganhos em São Paulo

Recebi de Túlio Kahn, uma das inteligências por trás das estatísticas, os resultados para o Estado de São Paulo que cobrem de janeiro a novembro, inclusive, e comparam 2005 com 2006. Eles mostram uma redução do crime em toda a linha. Os crimes com dados mais confiáveis baixaram substancialmente. Houve uma redução de mais de mil homicídios só nesses onze meses, aos que devemos acrescentar uma redução de mais de duzentos homicídios culposos. Roubo e furto de veículos baixaram aproximadamente dez mil.

Uma baixa de mais de 15% nos homicídios em um só ano é um resultado muito bom, particularmente porque veio após vários anos de declínio, quando, com freqüência, políticas públicas de segurança começam a mostrar retornos decrescentes.

Para ver melhor os dados da tabela abaixo, clique sobre ela.


As políticas implementadas em São Paulo foram qualificadas como conservadoras; de fato, combinam medidas que fazem parte do arsenal conservador (construção de prisões, aumento da população encarcerada), com outras progressistas (controle de armas de fogo, orientação para a comunidade, descentralização das ações preventivas e repressivas), e muitas que são, apenas, a aplicação de técnicas policiais que funcionam (treinamento, geo-referenciamento, melhoria do equipamento, fortalecimento da polícia técnica, retreinamento da P2 e outras medidas).
Ainda falta. A PMSP poderia se beneficiar muito de treinar muitos dos seus oficiais mais promissores nos melhores programas no Brasil e nos centros mundiais de referência. Faltam facilidades nessa direção.

O progresso obtido em São Paulo contrasta com a estagnação observada no Rio de Janeiro e com o deterioro no Paraná. O que considero crescimento acelerado da violência criminosa durante as duas administrações Brizola no Rio de Janeiro, ou a de Itamar em Minas Gerais, contrastam com o declínio da violência nos últimos oito anos em São Paulo e os últimos quatro em Minas Gerais. Segurança Pública é prioridade para alguns governos, mas não para outros.

Sempre será possível achar que poderia ser melhor, mas negar os ganhos é pior do que sectarismo, é cretinice.

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