Um espaço para discussão - em Portugues e outros idiomas - das teorias contemporâneas do crime, pensado, também, como um curso gratuito para interessados que sigam as leituras. Para ver um gráfico em maior detalhe clique duas vezes nele

3.18.2006

O Efeito dos Bairros e Favelas

Uma corrente importante na análise da criminalidade e da delinquência enfatiza a influência de unidades menores, como bairros, vizinhanças, favelas etc. Sampson também trabalhou essa perspectiva teórica. Como quase todos os criminólogos americanos, combina teoria e pesquisa e mantem as duas ligadas. Esses são alguns dos seus trabalhos nessa perspectiva:

Sampson, Robert J., Stephen Raudenbush, and Felton Earls. 1997. Neighborhoods and Violent Crime: A Multilevel Study of Collective Efficacy. Science 277:918-24.

Sampson, Robert J. 2004. Networks and Neighbourhoods: The Implications of Connectivity for Thinking about Crime in the Modern City. Pp. 157-166 in Network Logic: Who Governs in an Interconnected World? edited by Helen McCarthy, Paul Miller, and Paul Skidmore. London: Demos. Nesse trabalho comenta sobre a importância de diferenciar entre as redes de sociabilidade.

Sampson é um crítico da Teoria das Janelas Quebradas. Introduz o conceito de vizinhanças estigmatizadas em Neighborhood Stigma and the Perception of Disorder in Focus 24: 7-11.

A crítica continua pesada em artigos de jornal de tom mais polêmico e político. Ver
Reconsidering the 'Broken Windows' Theory , A Crack in the Broken-Windows Theory publicado no The Washington Post, Racial Profiling Writ Large noThe Atlantic Monthly, e ironicamente The Cracks in "Broken Windows" no The Boston Globe.


Sampson, Robert J., Jeffrey D. Morenoff and Thomas Gannon-Rowley. 2002. Assessing Neighborhood Effects: Social Processes and New Directions in Research. Annual Review of Sociology 28:443-478.

É importante não esquecer que Sampson condena duas "falácias" na análise do crime -

  • A individualista, a qual assume que os comporamentos individuais são apenas as conseqüência de características individuais e
  • A materialista, a qual assume que fatores estruturais, econômicos, como o desemprego, conduzem ao crime.

Um comentário:

GLAUCIO SOARES disse...

Estamos melhorando. Se outros participassem assim de todos os ítens, cada participante aprenderiam muito com os demais. Comparem as observações e vejam como os resumos e opiniões refletem a preocupação metodológica, a orientação teórica, o interesse acadêmico e a experiência de vida.