Um espaço para discussão - em Portugues e outros idiomas - das teorias contemporâneas do crime, pensado, também, como um curso gratuito para interessados que sigam as leituras. Para ver um gráfico em maior detalhe clique duas vezes nele
3.23.2006
Escolha Racional
3.20.2006
Se realmente não der......
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As traduções não são boas e tu não aprenderás o idioma.
Tolerância Zero, Janelas Quebradas etc
Combine essa breve bibliografia com críticas de criminólogos.
Aconselhamos a leitura dos dois livros, Broken Windows e, de Kelling e Catherine Coles, Fixing Broken Windows e o artigo original, de James Q. Wilson e George L. Kelling no Atlantic Monthly.
Um programa que também deu certo, com menos repressão, é o de San Francisco. A comparação pode ser baixada de
Shattering "Broken Windows": An Analysis of San Francisco's Alternative Crime Policies
Bratton e Kelling não aceitaram pacificamente as críticas. Responderam em There Are No Cracks in the Broken Windows Ideological academics are trying to undermine a perfectly good idea, publicada numa revista da direita americana.Não deixa de ser interessante ver como a comparação entre as teorias e suas avaliações dependem da demonstração através de dados. Escreva um pequeno texto até cinco páginas dando sua avaliação de Broken Windows.
Essas são algumas das orientações teóricas mais importantes na criminologia moderna. Há várias outras, mas não há como incluí-las num seminário só. Essas teorias enfatizam a produção anglo-saxã, assim como as teorias que inspiraram um número considerável de pesquisas empíricas. Além das teorias “do crime”, há muitas teorias mais específicas, que tratam, por exemplo, de homicídios, de delinqüência juvenil, de crimes do colarinho branco etc.
3.19.2006
Teorias das atividades de rotina
A teoria das atividades de rotina está associada ao nome de Marcus Felson, mas variantes foram desenvolvidas e pesquisadas por muitos mais. O livro mais conhecido de Felson é
Crime and Everyday Life, Second Edition. Thousand Oaks, California: Pine Forge Press. 1998. Agora na terceira edição pela Sage, 2002.
Porém, o mais recente é deste ano, também pela Sage: Crime and Nature
Finkelhor introduz a "necessidade de congruência", sem hostilizar as atividades de rotina, na análise da delinqüência juvenil.
Finkelhor D, Asdigian NL.” Risk factors for youth victimization: beyond a lifestyles/routine activities theory approach.” Violence Vict. 1996 Spring;11(1):3-19.
Recentemente, foi criado o conceito de super-alvos. Um artigo pesquisa o tema comparativamente: Of Targets and Supertargets: A Routine Activity Theory of High Crime Rates por Ken Pease & Graham Farrell (Loughborough University), Ken Clark (University of Manchester) e Dan Ellingworth (Manchester Metropolitan University), publicado no The Internet Journal of Criminology
O estudo da vitimização múltipla é um dos alicerces da teoria das atividades de rotina. Na Inglaterra, essa é uma linha forte, muito associada com a "criminologia ecológica". Consultar
Ratcliffe, J. and M. McCullagh. 1998. .Identifying repeat victimisation with GIS. British Journal of Criminology, 38(4): 651-662.
Reiss, A. J. 1980. ’Victim proneness in repeat victimisation by type of crime’ Indicators of Crime and Criminal Justice: Quantitative Studies. S.E. Fienberg e A. J. Reiss (Eds). Department of Justice Bureau of Justice Statistics, June.
Sparks, R. 1981. ’Multiple victimisation: Evidence, theory, and future research’ Journal of Criminal Law and Criminology, 72(2): 762-779.
Taylor, Geoff. 1999. .Using repeat victimization to counter commercial burglary: the
Tseloni, A. and K. Pease. 2003. Repeat personal victimization: .Flags. or .Boosts.? British Journal of Criminology, 43(1): 196-212.
Auto-controle. O debate.
Selecionei o criminólogo teórico alemão Bend Marcus para apresentar suas críticas às tentativas de pesquisar empiricamente as teorias do auto-controle. A partir de uma clarificação teórica, Marcus conclui que as pesquisas partiram de erros conceituais teóricos, que levaram a medidas erradas. O artigo de Marcus inclui uma importante bibliografia.
Bernd Marcus “Self-control in the General Theory of Crime: Theoretical implications of a measurement problem", Theoretical Criminology Vol. 8(1): 33–55; 1362–4806
Ver, também, Hirschi, Travis and Michael R. Gottfredson (1995) ‘Control Theory and the Life-course Perspective’, Studies on Crime and Crime Prevention 4(2): 131–42.
Esta leitura não é obrigatória, mas aconselhada: Gottfredson, Michael R. and Travis Hirschi (1990) A General Theory of Crime. Stanford, CA: Stanford University Press.
Teorias da Desorganização Social
Ler Juvenile Delinquency and Urban Areas (livro)
Os primeiros pós-modernos
As teorias chamadas de labelling (to label é rotular) perguntam porque alguns comportamentos são definidos como criminosos e outros não. Há mudanças históricas tanto nas definições legais quanto nas culturais. Seus representantes mais radicais não vêem os criminosos como pessoas que cometeram ações erradas, mas como indivíduos chamados de criminosos por outros, particularmente pelos sistemas policial e judicial. Essa postura desloca o foco das atenções dos atos em si para a definição social dada a eles. O nome mais associado com essa linha teórica é Howard S. Becker.
Uma crítica antiga é a de Charles Wellford, Labelling Theory and Criminology: An Assessment Social Problems, Vol. 22, No. 3 (Feb., 1975) , pp. 332-345.
Labelling se transformou em tema político. Em países com grupos indígenas, há mais de um sistema cultural e legal, há diferentes definições de crime. Os encontros entre a sociedade maior e esses grupos gera violência e pesados debates políticos. A direita, na Austrália, reage aos aborígenes. Ver
Mandatory sentencing and Aboriginal crime.
Para uma descrição, referência a pesquisas (é isso mesmo...) e bibliografia, é bom começar por aqui.
Strain theories
Agnew, R. (1985). A revised strain theory of delinquency. Social Forces 64, 151–167.
Agnew, R. (1989). A longitudinal test of the revised strain theory. J Quant Crim 5, 373–388.
Agnew, R. (1992). Foundation for a general strain theory of crime and delinquency. Crim 30, 47–88.
Agnew, R., & Raskin White, H. (1992). An empirical test of general strain theory. Crim 30, 475–500.
Matsueda, R., & Heimer, K. (1987). Race, family structure, and delinquency: a test of differential association and social control theories. Am Soc Rev 52, 826–840.
Mazerolle, P., & Piquero, A. (1997). Violent responses to strain: an examination of conditioning influences. Violence & Victims 12, 323–433.
Mazerolle, P., & Piquero, A. (1998). Linking exposure to strain with anger: an investigation of deviant adaptations. J Crim Just 26, 195–211.
Jaquith, S. (1981). Adolescent marijuana and alcohol use: an empirical test of differential association theory. Crim 19, 271–280.
McCord, J. (1991). Family relationships, juvenile delinquency, and adult criminality. Crim 29, 397–417.
Orcutt, J. (1987). Differential association and marijuana use: a closer look at Sutherland (with a little help from Becker). Crim 25, 341–358.
Paternoster, R., & Mazerolle, P. (1994). General strain theory and delinquency: a replication and extension. J Res Crime &
3.18.2006
O Efeito dos Bairros e Favelas
Sampson, Robert J., Stephen Raudenbush, and Felton Earls. 1997. Neighborhoods and Violent Crime: A Multilevel Study of Collective Efficacy. Science 277:918-24.
Sampson, Robert J. 2004. Networks and Neighbourhoods: The Implications of Connectivity for Thinking about Crime in the Modern City. Pp. 157-166 in Network Logic: Who Governs in an Interconnected World? edited by Helen McCarthy, Paul Miller, and Paul Skidmore. London: Demos. Nesse trabalho comenta sobre a importância de diferenciar entre as redes de sociabilidade.
Sampson é um crítico da Teoria das Janelas Quebradas. Introduz o conceito de vizinhanças estigmatizadas em Neighborhood Stigma and the Perception of Disorder in Focus 24: 7-11.
A crítica continua pesada em artigos de jornal de tom mais polêmico e político. Ver
Reconsidering the 'Broken Windows' Theory , A Crack in the Broken-Windows Theory publicado no The Washington Post, Racial Profiling Writ Large noThe Atlantic Monthly, e ironicamente The Cracks in "Broken Windows" no The Boston Globe.
Sampson, Robert J., Jeffrey D. Morenoff and Thomas Gannon-Rowley. 2002. Assessing Neighborhood Effects: Social Processes and New Directions in Research. Annual Review of Sociology 28:443-478.
É importante não esquecer que Sampson condena duas "falácias" na análise do crime -
- A individualista, a qual assume que os comporamentos individuais são apenas as conseqüência de características individuais e
- A materialista, a qual assume que fatores estruturais, econômicos, como o desemprego, conduzem ao crime.
O Ciclo Vital
Muitos criminólogos contribuíram para o entendimento deste ciclo. Sampson é um dos mais conhecidos, mas não trabalhou estritamente dentro desta perspectiva. Há outros. Como Sampson é dos mais conhecidos, estabelece pontes com outras orientações e disponibiliza vários dos seus trabalhos, vamos dar uma atenção especial a êle.
Comecemos com um capítulo de um livro, A Life-Course View of the Development of Crime
Sampson e Laub analisaram dados de uma pesquisa longitudinal para testar os efeitos das mudanças relacionadas com a idade e como elas afetavam a criminalidade. Os resultados estão em um artigo, LIFE-COURSE DESISTERS? TRAJECTORIES OF CRIME AMONG DELINQUENT BOYS FOLLOWED TO AGE 70
Em outro artigo, levam a discussão mais a fundo: A general age-graded theory of crime
Já testamos a relação entre idade e vitimização e ela funciona no Brasil, mas ainda não fizemos um bom teste da relação entre idade e criminalidade.
Robert Sampson e suas contribuições - quem é?
Robert J. Sampson is currently the Chairman of the Department of Sociology and Henry Ford II Professor of the Social Sciences at Harvard University, where he was appointed in 2003. Before that he taught for twelve years in the Department of Sociology at the University of Chicago and seven years at the University of Illinois. Sampson was also a Senior Research Fellow at the American Bar Foundation from 1994-2002, and in the 1997-98 and 2002-03 academic years he was a Fellow at the Center for Advanced Study in the Behavioral Sciences in Stanford, California. In 2005 he was elected as a Fellow of the American Academy of Arts and Sciences.
Professor Sampson’s research interests center on crime, deviance, and stigmatization; the life course; neighborhood effects; and the sociology of the modern city. In the area of neighborhood effects and urban sociology his current work is focusing on race/ethnicity and social mechanisms of ecological inequality, the subjective meanings of disorder, spatial dynamics, the comparative network structure of community influence, collective civic engagement, and other topics linked to the general idea of community-level social processes. Much of this work stems from the Project on Human Development in Chicago Neighborhoods (PHDCN), for which Sampson serves as Scientific Director. Some representative publications from the Chicago Project and also the Life Course Project are available for downloading as listed below, by topic. Others are available on request.
Como vai ser?
- Faremos leituras e, semanalmente, os alunos enviarão seus comentários, incluíndo resumo e opinião. Em se tratando de artigo, entre meia e uma página para cada resumo; os comentários, que podem incluir críticas, comparações, implicações, idéias, propostas teóricas e para pesquisas adicionais etc até duas páginas por artigo. Livros pedem mais espaço - entre 3 e 10 páginas.
- Não há lugar para comparação ou competição. O que quero é que leiam e aprendam.
- Vamos ler perto de 5 livros no período e dois artigos por semana. Os livros dependem de importação etc.
- Os resumos devem ser enviados por e-mail para mim; os comentários podem ser postados no blog, entrando em Posting e, depois, Create, clicando, também, em Publish Post. O e-mail para o qual enviarão as mensagens é soares.glaucio@gmail.com
- Teremos seminários presenciais para discutir os livros, assim como os problemas metodológicos e teóricos, no IUPERJ
Algum dia teremos relatórios públicos deste nivel
O objetivo dessa leitura é a conscientização de que é possível chegar a um bom nível de interação e colaboração entre pesquisadores e o sistema policial, judicial e penal. É, também, um ponto de saída, a partir do que se sabe. Os autores são criminólogos conhecidos.