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10.17.2006

Diadema ou São Paulo

  1. Houve forte redução nas taxas de homicídio de Diadema, município que fica no Estado de São Paulo, onde houve forte redução das taxas de homicídio;
  2. Houve forte redução nas taxas de homicídio de Nova Iorque, cidade que fica nos Estados Unidos, onde houve forte redução das taxas de homicídio.

Já vi e li de tudo.

  • A tentativa de explicar as reduções de São Paulo como conseqüência direta das de Diadema
  • e as de explicacar as reduções dos Estados Unidos como conseqüência direta das de Nova Iorque
É uma questão de ver que a redução de Diadema é mais de uma ordem de grandeza menor do que a de São Paulo; se não estiver satisfeito, é uma questão de calcular a taxa de redução de São Paulo sem Diadema. O mesmo vale para os Estados Unidos e Nova Iorque durante os anos de Giuliani. Infelizmente, é preciso não ter intimidade com números, inclusive simples aritmética, para não ver isso.
Mas a recíproca não é verdadeira. Diadema poderia, simplesmente, "espelhar" o Estado de São Paulo e Nova Iorque poderia, simplesmente, "espelhar" os Estados Unidos. De alguma maneira, temos que "descontar" o efeito das políticas adotadas nos conjuntos maiores (São Paulo e Estados Unidos) das adotadas nos conjuntos menores, ou sub-conjuntos (Diadema e Nova Iorque).
Maneira simples de ter uma idéia é comparar os coeficientes angulares das duas reduções, a do lugar maior e a do lugar menor. Quando fazemos isso, fica claro que a de Diadema foi mais acentuada que a de São Paulo e que a de Nova Iorque foi um pouco maior do que a dos Estados Unidos.
Porém, podemos fazer mais: podemos ver as datas em que medidas foram implementadas e ver se houve alterações na tendência anterior. E quando isso é feito, o efeito está lá, claro.

Vamos ao que interessa:

  • há algumas centenas de pessoas que estão vivas porque políticas inteligentes foram adotadas em Diadema;
  • há vários milhares de pessoas que estão vivas porque políticas inteligentes foram adotadas em São Paulo;
  • há milhares de pessoas em Diadema e dezenas de milhares de pessoas em São Paulo que deixaram de sofrer ferimentos, entre sérios e graves, porque políticas públicas inteligentes foram implementadas.
É a vida humana, e não o partido ou as eleições, o que conta.

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