
As pesquisas de vitimização mostram que as pessoas mais favoráveis às armas – ainda assim minoria – são homens (mais do que mulheres); jovens (mais do que adultos, maduros e idosos); com sobre-representação de alcoólatras (mais do que os que não bebem ou o fazem moderadamente) e grande sobre-representação das pessoas mais agressivas, que gritaram para outras no trânsito, que ameaçaram outras ou que agrediram outras. Esses comportamentos formam uma síndrome que inclui alcoolismo, agressividade, propriedade e/ou posse de armas, disposição para usá-las, brigas físicas, ofensas verbais, fumar, consumo de maconha, consumo de outras drogas, dirigir alcoolizado, não usar cinto de segurança, sexo sem proteção e outros. Caracterizam sub-culturas violentas. Construímos um índice com vários desses indicadores sócio-demográficos e comportamentais para estimar o potencial violento dos entrevistados. O potencial se relaciona intimamente com querer adquirir uma arma e acreditar que as armas de fogo protegem.
- O lobby das armas enfatizou e enfatiza o seu uso defensivo, esquecendo-se de que a intenção e o uso não são vendidos junto com as armas. Quem vende não tem controle sobre a personalidade, os hábitos e as intenções de quem compra. As pesquisas de vitimização mostram que o culto das armas é muito mais intenso entre homens, jovens, entre pessoas agressivas, e também entre alcoólatras. Há muitas armas espalhadas nas mãos dessas pessoas e muitas mais querendo comprá-las. O cidadão de bem, pacato e honesto, é uma vítima possível desses descontrolados. Todos os dias, dezenas são mortos dessa maneira no Brasil. Um dos objetivos do desarmamento e de outras políticas públicas de natureza semelhante é recolher essas armas e impedir a morte das pessoas de bem, cidadãs pacatas e honestas.
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