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10.27.2006

Suicídios no Brasil como fenômenos estruturais

A freqüência dos suicídios obedece a certas regularidades ("leis" no linguajar arrogante do século XIX), em conformidade com a "lei" dos grandes números. Eles são estruturais, tanto no sentido de que não variam dramaticamente de ano para ano, quanto no sentido de que mantem os mesmos padrões de associação com outras variáveis. No linguagem das ciências biológicas, são fenômenos estáveis.
O gráfico nos mostra suicídios em seis anos diferentes, nas diversas unidades da federação - entre 1996 e 2001. Com curvas em forma suave, é fácil observar que variam pouco, ano trás ano. Muitos dos nossos estados tem muitos milhões de habitantes; não obstante, os suicídios oscilam pouco, dezenas ou centenas a mais ou a menos, de um ano para outro. Demonstra que todos temos algum ou alguns condicionantes sociais, sejam os que tentam o suicídio, seja os que não o tentam. Não é um fenômeno totalmente individual, no sentido de que essas decisões obedecem a normas externas ao indivíduo.
A inclusão deste poster obedece ao desejo de transmitir a idéia de que há condicionantes extra-individuais de comportamentos pensados como estritamente individuais - como o suicídio. Crime e suicídio são fenômenos estáveis, com fortes condicionantes extra-individuais; suscetíveis de alterações mediante políticas públicas adequadas.

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