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10.16.2006

Raça e serial killers

Houve inúmeros seriados na TV e filmes sobre serial killers; em parte considerável deles havia um profiler, um agente especializado em desenhar o tipo do criminoso. Parecia padronizado: branco, baixo nível educacional, frustrado, com problemas psicológicos sérios.

Porém, Anthony Walsh, da Boise State University, publicou um artigo, "African Americans and Serial Killing in the Media: The Myth and the Reality", em Homicide Studies, questiona o perfil do serial killer como branco.

Walsh examinou 413 serial killers americanos de 1945 a meados de 2004. Havia 90 negros. Porém, a proporção de negros na população americana é mais baixa do que isso, o que sugere que os negros estão sobre-representados e não sub-representados entre os serial killers; em verdade, sua proporção entre os serial killers é o dobro da sua proporção na população total.

Essa constatação abre algumas linhas de pesquisa e de indagação.
  • Quando uma nova relação é documentada, surge a necessidade de explicá-la. Como se acreditava que os brancos estavam sobre-representados, os esforços teóricos foram nessa direção;
  • por que os negros estão sobre-representados?
  • por que a mídia sobre-representou os serial killers brancos e sub-representou os negros?
  • por que o mundo acadêmico somente agora acordou para esse erro?

A propósito:

Temporariamente (até 30 de novembro) temos acesso a todas as 26 revistas na área de Criminologia da Sage. O endereço é

http://www.sagepublications.com/CrimFreeAccess/

Algumas delas são parte dos Periódicos CAPES; em relação às outras é uma chance de fazer uma ampla pesquisa bibliográfica especializada.

Depois daquela data, é o capitalismo selvagem para cima da gente.

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